"O Inter-SM é um clube à parte e não uma extensão do outro Inter", diz presidente alvirrubro

O presidente do Inter-SM, Pedro Della Pasqua, é também cônsul do Inter de Porto Alegre em Santa Maria. Por mais que as duas equipes não tenham relação, há quem o critique e pense que, em determinadas ocasiões, "os dois clubes se confundem", principalmente pelo fato de que integrantes da equipe do marketing e do conselho do Alvirrubro também militem a favor do time da Capital. 

O Diário de Santa Maria abordou esse assunto com Della Pasqua na entrevista a seguir:

Diário –  Como desvincular o presidente do Inter-SM do Inter de Porto Alegre, visto que tu és cônsul da equipe da Capital em Santa Maria?

Pedro Della Pasqua – A minha dedicação ao Inter-SM em nenhum momento fica comprometida pelo fato de eu também ser torcedor do Inter de Porto Alegre. Nunca escondi que torço pelo Inter de Porto Alegre e não nego. No nosso interior, todo presidente também tem um clube em Porto Alegre. Mas, a minha dedicação é toda ao Inter-SM. Estou sempre no clube, e muitas vezes venho ao Presidente Vargas depois do meu expediente e só saio daqui 22h, ou mais. Estou inteirado sobre todos os setores, não sou um presidente omisso ou ausente. Estou no setor de obras, medicina, fisioterapia, futebol, financeiro, tudo cai na minha mesa. Até porque no interior é assim. Nossa equipe é enxuta. Eu escolhi fazer tudo pelo Inter-SM em meus dois anos de mandato (final de 2022 a 2024) e a minha prioridade é o Inter-SM. Estou aqui porque eu quero, para ajudar e pretendo mudar o patamar deste clube. Convido as pessoas a se informarem sobre nosso trabalho, avanços patrimoniais e emendas impositivas que temos conseguindo para fazer uma transformação no Inter-SM. Não sei se vou ficar só dois anos ou mais, mas minha ligação com o Inter de Porto Alegre não prejudica o Inter-SM, porque eu tenho um staff forte. Não trabalho sozinho no consulado. Eu tenho inúmeras atividades, também sou pai, sou empresário, tenho os compromissos profissionais, então se eu não tivesse condições de conciliar, tenham certeza que eu não assumiria o Inter-SM. Quero deixar todos tranquilos, que eu sei o tamanho da minha responsabilidade e quero um Inter-SM forte e vencedor.

Diário – Qual teu recado para aqueles torcedores do Inter-SM que criticam o Pedro, mas que de repente não enxergam o quanto tu contribui para o clube?

Pedro Della Pasqua – Saio de casa pela manhã todos os dias às 8h e volto às 22h. A minha dedicação como cônsul do Inter de Porto Alegre não é diária, é esporádica, diferente do que ocorre no Inter-SM, lugar que eu venho todos os dias. Eu não estaria aqui para fazer algo "mais ou menos". Meu nome está em jogo. Eu poderia simplesmente seguir na minha empresa e não me expor, mas para quem está desconfiado, eu convido que compareça ao clube para conversar comigo e ver a realidade. Claro que o resultado em campo tem que acompanhar o desenvolvimento patrimonial, e eu tenho certeza que em 2024 nós vamos brigar lá em cima. No próximo ano, quero fazer uma grande campanha de sócios, bem divulgada na imprensa. Convoco as pessoas que não entendem o que estou fazendo a me procurar para saber o que já estou mudando a favor do Inter-SM.

Diário – Os gremistas desconfiados também são bem-vindos no Presidente Vargas?

Pedro Della Pasqua – Não tenha dúvida que sim. Tenho muitos amigos gremistas. Isso acontece em nossas famílias. Ou são meio a meio, ou tem pouco mais de algum lado. É uma característica de nosso Estado. Muitos passam dentro de casa essa divisão. Os amigos, os vizinhos, os colegas. A convivência entre gremistas e colorados precisa ser saudável, algo que eu sempre preguei e prezei. O Inter-SM precisa de todo mundo, não pode desprezar o auxílio de ninguém. O Inter-SM é um clube à parte e não uma extensão do Inter de Porto Alegre, apesar do nome e das cores serem iguais. Somos um clube de 1928. Mas vejo que hoje em dia há menos resistência. Anos passados era pior. Na "minha bolha de convivência", acredito que essa visão diminuiu. Obviamente os gremistas são bem-vindos e o Inter-SM pode voltar a convivência dos grandes se tiver o apoio tanto dos gremistas como dos colorados.